terça-feira, 11 de junho de 2013

Porcelanato ganha na praticidade, mas oferece armadilhas

O porcelanato virou um hit em lançamentos e reformas nos últimos três anos, desde que a produção nacional se intensificou e os preços desaceleraram. E a oferta, hoje, é farta: é possível achar peças que imitam madeira e pedra, reproduzindo textura e cores.

Essa versatilidade, para alguns, traduz-se em praticidade e sofisticação e, para outros, em "gosto questionável". No meio do caminho, há o critério funcionalidade.
"Acabo usando o porcelanato na área de serviço devido à praticidade. Mas é preciso conhecer bem o produto para que, no futuro, o cliente não fique insatisfeito com riscos e manchas", diz a arquiteta Marina Linhares, que prefere pedras naturais, por considerá-las mais bonitas e sofisticadas.
Victor Moriyam/Folhapress
O auxiliar Jean Rodrigues, 30, em sua cozinha revestida com porcelanato preto brilhante
O auxiliar Jean Rodrigues, 30, em sua cozinha revestida com porcelanato preto brilhante
As peças podem ter acabamento brilhante, semibrilhante ou rugoso. Segundo Ana Paula Menegazzo, superintendente do CCB (Centro Cerâmico do Brasil), o porcelanato brilhante está mais suscetível a riscos e deve ser evitado em "ambientes expostos a areia e outros materiais abrasivos."
Um risco iminente também é o da queda. "A resistência ao escorregamento não é característica nata de superfície do produto, mas uma condição. Só que muita gente opta pelo porcelanato somente pelo visual e se esquece da segurança", diz Menegazzo.
Ela recomenda que o consumidor investigue se a rugosidade oferecida pelo fabricante é a ideal para o tipo de uso que o material terá.
Para as áreas molhadas, como banheiro, cozinha e área de serviço, os profissionais recomendam peças com coeficiente de atrito maiores de 0,4%, como o do produto rugoso. Essa informação costuma estar no catálogo do produto, disponível nas lojas e também na internet.
A absorção de água é o indicativo de porosidade da peça e o fator que diferencia o porcelanato de outros materiais (que tentam se passar por ele).
No esmaltado (brilhante), a absorção de água é menor ou igual a 0,5%, enquanto, no polido (com brilho variável), tem que ser menor ou igual a 0,1% -fator que pesa no preço, já que o processo de fabricação tem que ser "mais rigoroso".
Peça grande é opção para consultórios
O porcelanato virou uma alternativa para consultórios médicos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina o uso de pisos (cerâmicos ou não) com absorção específica, que sejam laváveis e tenham poucas emendas. As peças de porcelanato de 0,9 m x 1,2 m cumprem o papel e são uma boa opção.
Piso brilhante na cozinha exige rigor na limpeza
O auxiliar administrativo Jean Rodrigues, 30, conta que a escolha pelo porcelanato brilhante na cozinha foi uma questão estética. "Valoriza o ambiente, mas o piso precisa estar sempre seco, para evitar escorregões", afirma.
O analista de sistemas Armando Junior, 27, diz ter aprendido a lição após fazer a mesma opção. "É bastante deslizante. E nem precisa estar molhado, basta estar um pouco sujo, e a sola do sapato ser lisa", diz ele. "O banheiro terá piso fosco."
No estande das construtoras, não é diferente, já que muitos empreendimentos preveem porcelanato no piso da cozinha, área de serviço e banheiro. "A dúvida é sempre sobre o tamanho e a cor", diz o corretor Rafael Perez Rodrigues, 27, que vende imóveis novos na zona sul.
Em relação ao tamanho das peças de porcelanato, as tradicionais (0,3 m x 0,3 m e 0,4 m x 0,4 m) caíram em desuso, segundo Marcos Serafim, do CCB.
"As mais procuradas são as grandes, com tamanhos a partir de 0,6 m x 0,6 m. No oposto, há pastilhas pequenas, com cores vibrantes e formatos variados."
Fonte: Folha.com

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