quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Como garantir o conforto térmico em casa nos dias quentes?

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    As varandas proporcionam espaços sombreados e abertos, bastante ventilados
    As varandas proporcionam espaços sombreados e abertos, bastante ventilados
A preocupação com o conforto térmico nas construções em geral e, sobretudo nas casas, tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. As pessoas estão mais exigentes com o seu conforto e conscientes com as questões de sustentabilidade e consumo de energia, principalmente dos aparelhos de ar-condicionado. Mas então o que fazer? Como preparar a sua casa para o clima quente, tão comum no Brasil?
O ideal é que a preocupação com o conforto térmico aconteça logo no início do projeto. O correto posicionamento da casa no terreno, a correta localização das aberturas e um estudo básico do regime de ventos da região já resolvem boa parte do problema.
A quase totalidade do nosso território fica no hemisfério sul. Por conta disso, a fachada sul é menos ensolarada durante boa parte do ano e no inverno tende a ficar mais úmida e fria. Aberturas maiores nessa fachada podem significar luz sem a incidência direta do sol e o conseqüente aquecimento da casa. A fachada leste recebe o sol da manhã e a oeste recebe o sol da tarde, com tempo maior de duração e consideravelmente mais quente. Para conter o sol que entra rasante dentro da casa, esquentando os cômodos, só os elementos verticais em frente às janelas são realmente eficientes. Nesse caso, os elementos quebra-sol ou brise soleil são bastante recomendados. A fachada norte recebe sol durante todo o dia, com intensidade maior no inverno do que no verão, qualidade que se reflete até no preço mais alto dos apartamentos face norte nos edifícios. Não é um sol rasante, e um pequeno beiral já é suficiente para barrá-lo.
Os beirais e as varandas, tão característicos da nossa arquitetura, são dispositivos muito interessantes para conter a incidência direta do sol. As varandas ainda proporcionam espaços sombreados e abertos, bastante ventilados e tão agradáveis de estar nos dias quentes.
A ventilação é sempre importante para reduzir a temperatura dos ambientes, ou, pelo menos, a sensação de calor dos ocupantes. Posicionar aberturas em paredes opostas dentro da casa proporciona o que chamamos de ventilação cruzada (o popular vento encanado). Se, além disso, o arquiteto ainda orientar corretamente as aberturas, considerando os ventos predominantes da região, a construção se comportará de maneira muito melhor no calor.
Evite casas com estilos que nada tem a ver com o nosso país, época ou clima. Chalés suíços só fazem sentido na Suíça. No Brasil, além de cafonas, aqueles grandes telhados inclinados não só deixam de cumprir o seu papel de permitir que a neve derreta (já que não temos neve por essas bandas), como tornam a construção excessivamente quente. Um bom exemplo desse tipo de equivoco são aqueles telhados cinza e escuros em estilo clássico francês, conhecidos como mansardas devido ao arquiteto francês Mansart. As mansardas abrigavam os empregados do século 17 numa Paris sem elevadores (pois eram os empregados quem tinham de subir mais escadas) e quente no verão (eram eles quem passavam mais calor e não os proprietários). As construções milionárias do século 21 no Brasil que ainda copiam essa solução chegam a ser irônicas: paga-se uma fortuna por coberturas que imitam uma solução equivocada para o nosso clima e que representam ao mesmo tempo um exemplo de edifício não sustentável e uma total falta de conhecimento histórico.
A cobertura é a porção das casas que recebe a maior quantidade de radiação do sol. Essa superfície está sujeita à radiação luminosa durante quase todo o dia. Para melhorar o seu comportamento, algumas dicas importantes: as telhas cerâmicas têm um desempenho melhor do que as de alumínio simples ou as de fibrocimento. Se a opção for por uma telha metálica, procure utilizar as do tipo sanduíche, compostas de duas camadas de alumínio ou aço entremeadas por isolante térmico. Se a sua casa tiver uma laje, procure também utilizar um isolante térmico como o isopor, por exemplo, na sua composição, ou isolantes entre a laje e o forro ou ainda elementos sobre a laje, como a cinasita (argila expandida).
A princípio, quanto maior a massa dos materiais, mais isolantes eles são. Logo, uma parede mais espessa fará com que o calor leve mais tempo para atingir o interior de sua casa. Este fenômeno é o que chamamos de inércia térmica. Paredes ou coberturas muito leves têm pouca inércia térmica e assim o calor entra muito rapidamente na construção. Blocos e telhas cerâmicas e tijolos maciços são materiais que se comportam bem no nosso clima. Paredes mais espessas e pintadas com cores claras são também boas soluções.

Conforto verde

A vegetação pode e deve ser usada para melhorar o microclima da sua casa. Todo mundo já se sentiu mais confortável ao andar num dia quente nas ruas sob as copas de árvores frondosas. As plantas não só são eficientes por sombrear as construções, como a sua respiração resfria o ar em volta. A vegetação ainda retém umidade de orvalho, chuva ou uma rega, o que ajuda a aliviar a temperatura a seu redor. Um jardim sobre a laje de cobertura tem um belo efeito paisagístico, além de isolar a casa do meio externo.
Os espelhos d’água são também elementos paisagísticos que contribuem para o conforto térmico. A evaporação da água aumenta a umidade do ar ao seu redor, proporcionando a sensação de frescor. A temperatura em volta destes espelhos d’água chega a ser três graus mais baixa do que seria se eles não existissem. Parece pouco, mas pode ser a diferença entre um local confortável e o calor insuportável, especialmente se realizado em conjunto com uma boa ventilação cruzada.
Essas dicas valem para todas as construções. Nas casas já existentes pode ser um pouco mais difícil aplicar todas essas regras, mas os conceitos são igualmente válidos. Fale com o seu arquiteto, pense nessas questões ao construir ou reformar seu imóvel. Mesmo que a decisão final seja a compra de um aparelho de ar-condicionado, a adoção de algumas dessas medidas fará com que as máquinas tenham um melhor desempenho e gastem menos energia para atingir a temperatura ideal. No final, o planeta e você sairão ganhando.
Fonte: Uol

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Essencial na cozinha: veja como escolher o fogão ideal para sua casa

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    Se sua cozinha de poucos metros quadrados será planejada, o fogão embutido é uma boa alternativa
    Se sua cozinha de poucos metros quadrados será planejada, o fogão embutido é uma boa alternativa
Se estiver prestes a comprar um fogão, prepare-se para a infinidade de modelos, tamanhos, preços, acabamentos e funcionalidades disponíveis. De piso, de embutir, cooktop ou industrial? Com quatro, cinco ou seis bocas? Com forno simples ou duplo? Ah! Quanto mais as opções se multiplicam, maiores são as dúvidas.
Assim, para você que precisa ou quer trocar este eletrodoméstico essencial à cozinha, a melhor dica é pesquisar as vantagens e desvantagens de cada modelo e analisar suas necessidades antes de escolher o fogão ideal. Como essa não é uma tarefa fácil, criamos um roteiro para evitar erros comuns e fazer do seu fogão o equipamento mais bem aproveitado da casa. Veja!
Responda e avalie
1. Você gosta de cozinhar?
2. Qual o espaço disponível para o eletrodoméstico?
3. As refeições são preparadas para quantas pessoas e com qual freqüência?
4. Você costuma receber muitas visitas para almoços e jantares?
5. Que tipo de panela costuma usar?
6. Utiliza o forno regularmente?

Traçar um perfil do usuário e da rotina de uso do eletrodoméstico é iniciar a busca com foco e maior possibilidade de sucesso, segundo a arquiteta Flávia Soares, além de garantir a real utilização do equipamento. Conforme a gerente de marketing da Continental e Dako, fabricantes de fogões, Graziela Carmezini, o produto ideal alia à funcionalidade mais duas questões fundamentais: atender às necessidades de cada consumidor e ter preço justo e acessível. 
Estude o ambiente
O espaço disponível para a instalação deve ser observado antes que o eletrodoméstico seja adquirido, portanto tire a trena da gaveta e meça a altura, a largura e a profundidade do nicho reservado ao equipamento. "Opte por instalar o fogão ao lado da bancada de preparo para facilitar o cozimento dos alimentos", orienta o gerente de marketing e e-commerce da Lofra, empresa especializada em fogões, Carlos Fleischfresser. Além de projetar o local para colocar o aparelho, é preciso prever onde ficarão outros itens como o forno de micro-ondas, a máquina de lavar louças e a geladeira.
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    Se o ambiente for pequeno, o fogão de quatro bocas é uma boa saída
Se você ou outro morador da casa adoram cozinhar e possuem uma grande área livre, uma alternativa é investir em um fogão industrial ou semi-industrial, que são de alta durabilidade e potência. Porém prepare o bolso: o custo de um industrial é bem mais elevado se comparado a um modelo convencional. Agora se o local é pequeno, o ideal é se limitar a um fogão de quatro bocas de piso, de embutir ou de mesa.
Os tipos de fogão
De piso: com grande variedade de modelos no mercado a preços acessíveis, o fogão de piso funciona a gás e pode ter um ou dois fornos embutidos. De quatro a seis bocas, este tipo, mais convencional, é ideal para a substituição de produtos já existentes, sem a necessidade de alterar a paginação do ambiente. Para ajudar na limpeza do chão da cozinha onde o eletrodoméstico se encontra, prefira os que contenham os pés mais altos.
De embutir: se sua cozinha for planejada, o conselho é investir em um fogão embutido. "Além de ser uma boa opção para ambientes menores - e comumente visto nas cozinhas em estilo americano - embutir este e outros eletrodomésticos pode tornar o cômodo mais atraente e receptivo", sugere Carmezini.
Porém, apesar de possuir esta vantagem estética em relação ao fogão de piso, saiba que na hora de uma próxima substituição, o novo modelo deverá ter as mesmas dimensões do antigo para que o encaixe no nicho fique perfeito, restringindo as escolhas futuras.
De mesa: chamados de cooktops ou dominós (modelos com uma ou duas bocas), a principal vantagem deste modelo é a sua versatilidade. Instalado sobre uma bancada e de tamanho reduzido por não possuir o forno embutido, o fogão de mesa é uma ótima saída para cozinhas de poucos metros quadrados. "Em uma cozinha planejada, a escolha por um cooktop também permite aplicar o forno embutido em uma posição mais alta e ergonômica", completa Fleischfresser.
Existem no mercado modelos de cooktops de uma a cinco bocas, a gás, elétricos ou por indução, com diferentes acabamentos em inox, vidro e vitrocerâmico. Para Carmezini, o vidro ainda traz a possibilidade de cores distintas, das mais sóbrias às divertidas, atendendo ao desejo de cada um. Outra vantagem é que parte dos modelos oferecem sistemas que dificultam o acendimento por crianças e cortam a emissão de gás se a chama se apaga.
Industriais: desenvolvidos para o preparo de grandes quantidades de refeições (geralmente possuem de quatro a seis bocas, mas podem chegar a oito), os fogões industriais costumam ser grandes para os padrões da maior parte das cozinhas nas atuais residências. Por isso, carecem de um espaço considerável e de um acabamento adequado para aplicação em ambientes domésticos. Há modelos disponíveis com bocas frontais de chama tripla e controle individual do queimador interno e externo.
A lenha: se a ideia é compor uma cozinha com um ar antigo, rural ou colonial e os moradores dispõem de maior tempo para o preparo dos alimentos, este tipo de fogão é uma boa alternativa. Porém, apesar de considerá-los charmosos, a arquiteta Flávia Soares não deixa de apontar suas desvantagens: "o uso do modelo é trabalhoso, porque o cozimento é mais lento que em fogões convencionais e precisam da lenha que muitas vezes é difícil de adquirir", além disso, é preciso espaço (inclusive para armazenar a madeira) e de uma chaminé.
Mas o fogão a lenha não precisa ser instalado somente na cozinha. Ele se encaixa perfeitamente em uma área social externa, estilo gourmet, proporcionando mais beleza ao ambiente e ainda aquecendo o local em dias mais frios.
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    O fogão de cinco ou seis bocas é recomendado para uma família com quatro ou mais pessoas
Quantas bocas?
Os queimadores, denominados popularmente "bocas", são um dos itens do fogão que devem ser avaliados com muita atenção pelo consumidor, principalmente porque existe uma variedade de modelos com diferentes tamanhos e que proporcionam chamas com eficácia distinta.
No "universo" dos queimadores, sendo os mais comuns a gás ou os elétricos, se destacam aqueles com tripla chama que são ideais para cozimentos ultra-rápidos, para uso de panelas grandes e ainda para o preparo de receitas que necessitam de intenso calor.
Hoje as marcas fabricantes de fogões disponibilizam produtos com variedades de queimadores, perspectiva que vai muito além da combinação de uma boca grande e outras pequenas . Esta inovação pode oferecer uma maior amplitude entre as potências máxima e mínima da chama, controlando assim o calor na medida adequada para cada preparo. 
Quanto à quantidade de queimadores (quatro, cinco ou seis), a escolha dependerá da análise do perfil dos moradores e do espaço disponível para instalação do aparelho. Para uma família com quatro ou mais pessoas e com alta freqüência do uso do fogão, a recomendação é por um eletrodoméstico de cinco ou seis bocas, porque o equipamento dá mais praticidade e rapidez à cocção.
Agora para os solteiros ou casais sem filhos, os de quatro queimadores costumam ser suficientes. Mas isso não é uma regra: se você mora sozinho, porém gosta muito de cozinhar, receber amigos em casa e tem espaço suficiente pode até investir em um fogão industrial. Por que não?
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    Para ajudar na limpeza do fogão, observe se há peças removíveis
Facilidade na manutenção
Além de considerar atrativos como o design e a potência do produto, pense na facilidade de higienização tanto dos queimadores como do forno ao escolher seu novo fogão. Pergunte ao lojista quais são as peças removíveis para lavagem (em alguns modelos, até a porta do forno pode ser retirada) e se atente ao tipo de material que reveste o compõem o eletrodoméstico.
Por exemplo, um acabamento em aço inox escovado não deve ser poroso para facilitar a remoção de resíduos dos alimentos. "O cromado também proporciona facilidade de limpeza, é resistente à corrosão, além de trazer um ar de sofisticação ao ambiente", opina Carmezini.
Os fornos com revestimento de esmalte antiaderente, por sua vez, são boas opções quando se pondera a respeito do asseio do eletrodoméstico como um todo. Para Fleischfresser, os fornos classificados como autolimpantes (aqueles revestidos com esmalte especial que "queima" os pingos de gordura na parede do forno),  sob outra perspectiva, podem reter os odores dos alimentos após poucos anos de uso, comprometendo os resultados culinários desejados.
Funcionalidades e acessórios
Alguns acessórios são comuns a boa parte dos fogões, dos mais convencionais aos mais sofisticados: a válvula de segurança, que é indispensável, o timer para cozimento, o acendimento automático, o vidro duplo na porta e a prateleira autodeslizante do forno.
Entretanto, determinados modelos trazem inovações, em especial, no que se refere à automação. O "acendimento superautomático", por exemplo, permite acionar qualquer queimador usando apenas uma das mãos, dando mais conforto e praticidade ao usuário. Em outros produtos, o grill elétrico ganhou um timer: além de dourar e gratinar os alimentos assados, o equipamento desliga automaticamente após o alarme sonoro.
A automação dos fornos vai além: o moderno painel eletrônico existentes em alguns aparelhos permite selecionar uma das funções do forno, regular a temperatura e programar o início e término do preparo dos alimentos. Todavia, as novidades no mercado para fogões e fornos não param no quesito automatização. As marcas fabricantes inovam com os cooktops de chamas triplas laterais e com fornos com churrasqueira interna de grill infravermelho ou ainda fornos de embutir combinados com micro-ondas, estendendo a gama de produtos disponíveis para compra.
Fonte: Uol

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Cozinha planejada se adapta ao espaço e aos hábitos da casa

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    O espaço em "L" possibilita intercalar o posicionamento da geladeira, da pia e do fogão com a bancada
    O espaço em "L" possibilita intercalar o posicionamento da geladeira, da pia e do fogão com a bancada
A principal vantagem de se projetar uma cozinha com móveis planejados é o melhor aproveitamento dos espaços, sem comprometer o fluxo de circulação. Tais ambientações visam atender de forma mais completa as necessidades dos moradores da casa e, ainda, possibilitam a escolha personalizada de todos os materiais de estrutura, revestimentos e tipos de ferragens para os móveis.
Porém, nem sempre o planejamento das cozinhas é tão simples quanto parece. Por isso, o UOL Casa e Decoração dá dicas de como pensar corretamente uma cozinha planejada, seja ela pequena e estreita ou bastante espaçosa. Veja como prever as dimensões e aberturas dos armários e conheça as soluções e novidades do mercado.
Elementos essenciais
É primordial analisar o espaço disponível para a montagem da cozinha planejada na residência, contudo são os hábitos dos moradores que vão determinar de que forma organizar os móveis e eletros com maior praticidade. "Por exemplo, se gostam de receber amigos, se há a necessidade de uma bancada para lanches rápidos ou de muitos armários para guardar utensílios domésticos", explica a arquiteta Adriana Morávia.

As cozinhas planejadas permitem diversas alternativas para facilitar sua operação, por isso, ouvir as opiniões de quem irá cozinhar é essencial. De acordo com a gerente de arquitetura da Unicasa (fabricante das marcas Dell Anno, Favorita, New e Casa Brasileira) Greice Azevedo Magadan, as áreas de cocção, preparo, lavagem e armazenagem devem ter posições e alturas ajustadas ao cliente.

COZINHAS INTEGRADAS AO CONVÍVIO GANHAM CADA VEZ MAIS ADEPTOS

  • Celina Germer/ Divulgação
Com os hábitos mapeados, define-se quais equipamentos irão compor a cozinha. Os componentes principais são a pia, a bancada de trabalho e apoio, a geladeira e o fogão. Outros itens complementares são a máquina de lavar louças, a coifa ou depurador e o forno de micro-ondas, entre outros.
Tendo todos os elementos elencados, o tipo de disposição deve ser determinado em função do espaço. Por exemplo, se o ambiente será o de uma cozinha linear, uma linear com ilha de cocção, uma cozinha com estruturas paralelas (armários, bancadas, mesa), em U ou em L.

Diminuta ou comprida e estreita

Para ambientes bem pequenos, a melhor opção é projetar a pia junto da bancada de apoio a ser usada para o preparo dos alimentos, entre o fogão e a geladeira, tudo em linha reta, deixando um corredor livre para o fluxo de passagem e trabalho.  

Nesses casos, quando o espaço é reduzido, a arquiteta Consuelo Jorge aponta algumas soluções: "Uma alternativa é ter armários verticais, do piso ao teto, monocromáticos como a bancada e, de preferência, de cor clara para dar uma sensação de amplitude ao lugar. Coloque algumas panelas à vista, em cima da pia ou da bancada: o acesso é fácil e tem efeito decorativo".

Em cozinhas compridas e estreitas, uma opção é utilizar esse mesmo tipo linear, alinhando todos os componentes de um mesmo lado. Se houver área suficiente, e não comprometer o fluxo de circulação, Magadan sugere colocar a pia, a bancada e o fogão em frente à geladeira, ou seja, dispor os elementos essenciais em duas paredes paralelas.

Ambientes em U ou L

Em ambientes em U é possível ter uma melhor distribuição dos itens e criar um triângulo funcional para o preparo dos alimentos: posiciona-se a pia na parede perpendicular ao fogão e a geladeira fica na parede oposta ao último. Já o modelo em L permite que a geladeira seja colocada em um canto e, na ponta oposta, se disponha a dupla pia-fogão. Uma bancada com mesa para pequenas refeições pode ser incorporada facilmente no último caso.

Espaçosa

Quando a cozinha é extensa, o ambiente pode receber uma ilha central de cocção com cooktop, coifa, pia e até bancada para as refeições. Na parede ao fundo do ambiente podem ser instalados o forno e micro-ondas embutidos, além dos armários altos para armazenamentos de louças, potes, utensílios, objetos e mantimentos. Esse tipo linear com ilha é uma opção que traz maior convívio para a cozinha. "A ilha com mesa grande permite que as pessoas fiquem conversando, enquanto a refeição é preparada", salienta Jorge.

Dimensões e aberturas dos armários e eletrodomésticos
É importante saber todas as dimensões dos eletrodomésticos e colocá-las no projeto antes da execução para que não haja erro no desenho dos nichos. Para não comprometer a abertura dos armários e a circulação, calcule um espaço mínimo de um metro.
A arquiteta Silmara Salvetti explica que os armários sob a bancada costumam ter 60 centímetros de profundidade, enquanto os suspensos podem variar de 30 até 45 centímetros. "Os móveis na parte superior quando são muito profundos, dificultam o acesso e o manuseio dos objetos e alimentos", ressalta.
Para o posicionamento da geladeira, considere a possibilidade de abertura da porta que permita a extração de elementos como a gaveta de verduras. Fornos devem ter reservado espaço suficiente para que as portas possam ser abertas por completo. E, caso a cozinha planejada não inclua aparelhos embutidos, respeite as distâncias dos eletrodomésticos em relação às laterais e ao fundo, para que a limpeza e ventilação sejam facilitadas.
Soluções e materiais

Nos projetos dos armários, as ferragens são um dos itens que podem apresentar mais defeitos, por isso, é necessário avaliar a qualidade das dobradiças, corrediças e puxadores. Entre as ferragens mais indicadas para cozinha, estão as corrediças telescópicas com amortecedor (um sistema de rolamentos com esferas metálicas que permite o deslizamento suave da gaveta).

Para armários suspensos, são recomendadas as portas de elevação, conhecidas como sistemas aventos ou basculantes, porque as frentes se movimentam para cima, o que dá livre acesso ao interior do móvel. Os gavetões são soluções que aproveitam o espaço e organizam os objetos armazenados. Neles podem ser guardados potes, panelas e pratos, estes últimos organizados em suportes específicos.

Em relação aos materiais dos móveis planejados, Morávia indica o aço inox, o vidro e os laminados melamínicos como opções duráveis e práticas, porque facilitam a limpeza. "Uma combinação do MDF revestido com laminado melamínico, detalhes em chapa de aço inox e portas de vidro permite uma composição harmônica e de fácil manutenção", sugere.

Hidráulico e elétrico

E por fim, lembre-se que o planejamento da cozinha deve vir acompanhado e estar de acordo com os projetos hidráulico e elétrico. No hidráulico, por exemplo, além do posicionamento da pia, é preciso prever pontos de conexão para o abastecimento e o descarte da água para lava-louças e para a geladeira, caso esta também demande tal necessidade.

No elétrico, planeje tomadas altas para coifa ou para torre de fornos, uma baixa para triturador e outras sobre a bancada para eletrodomésticos como batedeira e liquidificador, além de pontos de conexão para o abastecimento da geladeira e do fogão. 

Em casos de reforma, a observância de pontos de conexão hidráulica e elétrica também é imprescindível. Outros detalhes também devem ser levados em conta como a existência de interfone, filtros embutidos e, em certos casos, da caixa de força. 

Fonte: Uol

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Como vistoriar um imóvel para evitar problemas após a compra

Saiba por que você deve ser "chato" ao vistoriar o imóvel que você quer comprar, e veja para onde você tem que olhar para evitar dores de cabeça depois

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Casal interessado em comprar apartamento
Casal interessado em comprar apartamento: peça documentação do imóvel para checar se o que foi anunciado é verdade
São Paulo – Comprar um imóvel é uma decisão grande e cara. E por mais que à primeira vista o comprador possa se apaixonar por um apartamento e querer fechar negócio imediatamente, o mais inteligente é uma vistoria minuciosa, tanto no imóvel quanto na documentação, para não acabar levando gato por lebre. Você sabe o que você realmente estará comprando? A metragem do imóvel é aquela mesmo? O vendedor pode de fato vendê-lo a você?
Para não cair em armadilhas, tenha em mãos uma cópia da escritura, da matrícula e da capa do IPTU do imóvel. Alguns corretores podem não querer que você tenha acesso à documentação para não identificar o proprietário e acabar entrando em contato diretamente com ele. Se for o caso, peça apenas uma cópia da parte da documentação que traz os dados que você precisa ver.
Saiba para onde olhar para evitar problemas depois da compra:
1. Verifique se a área informada é aquela mesmo
O que interessa saber é a área útil do imóvel, isto é, a área do imóvel da porta para dentro, que de fato será usada pelos moradores. Muitas vezes os proprietários informam apenas a área total, tanto nos anúncios ou quanto para os corretores. Só que a área total inclui, além da área útil, as frações das áreas comuns pertencentes àquele imóvel.
Dessa forma, um imóvel anunciado por 150 m2 pode, na verdade, ter apenas 100 metros quadrados na sua área interna (área útil). Só que é a área útil o fator mais importante para se calcular o preço do metro quadrado e fazer a comparação com o preço do metro quadrado de outros imóveis na mesma região.
Você deve verificar a área útil na documentação do imóvel. Mesmo assim, às vezes a área útil que consta na documentação é um pouco diferente da área útil real. “Para ter certeza absoluta da área útil que se está comprando, o jeito mais fácil é levar um arquiteto ou engenheiro para medir o imóvel, mas tem que ver se isso cabe no orçamento”, diz Daniele Akamine, advogada e sócia-proprietária da consultoria imobiliária Akamines.
2. Descubra se o imóvel vem com vaga e conheça o espaço
Ao visitar o imóvel, visite também as vagas de garagem e procure saber como elas são divididas. A vaga é demarcada? Ou é de quem chegar primeiro? Sorteada de tempos em tempos? Há vagas presas? Quão ruins são as piores vagas que podem acabar caindo para você?
Verifique ainda na documentação se o imóvel de fato vem com aquelas vagas. O consultor imobiliário Alex Strotbek, sócio do escritório Areal Pires Advogados, lembra que imóveis mais antigos podem ter uma documentação separada para a vaga de garagem, que tem escritura, matrícula e IPTU próprios. Nesses casos, é preciso saber se essa vaga também será vendida para você e, em caso positivo, pedir também a documentação referente a ela. “Quando a vaga é separada, o dono do imóvel precisa pagar dois IPTUs, um para o imóvel e outro para a vaga”, diz Strotbek.
3. Faça um inventário de tudo que você vai levar na compra
No caso de um imóvel usado, verifique junto ao proprietário o que de fato ele está vendendo. Você vai comprar tudo que está no imóvel, ou ele vai retirar alguma coisa? Alex Strotbek diz que isso é importante porque às vezes o imóvel tem itens que o comprador acha que vão ficar, mas que o vendedor pretende tirar, como um ar condicionado, um armário de cozinha, lustres ou um varal na área de serviço.
“Pode parecer besteira, mas eu já vi brigas acontecerem por causa de uma duchinha de banheiro, que o vendedor tirou, deixando dois buracos na parede do novo morador”, observa Strotbek. Justamente esse exemplo deixa clara a gravidade da situação: a retirada de certos itens do imóvel pode mudar completamente seu planejamento financeiro para reformas e compra de móveis.
Por isso, o consultor aconselha que se faça um inventário de tudo o que vem incluído na compra do imóvel, informando-se também o que será retirado. Esse laudo será anexado à promessa de compra e venda.
No caso de imóveis de lazer, como casas de sítio, de fazenda ou de praia, isso pode ser ainda mais importante, pois muitos móveis são planejados e precisarão ficar. “As partes podem adotar o conceito de porteira fechada, que prevê que tudo que está dentro do imóvel será vendido junto, com exceção de objetos de uso pessoal”, observa Strotbek.
4. Verifique se o imóvel e os proprietários não têm dívidas e outras pendências
A matrícula do imóvel traz todas as situações pelas quais aquele bem já passou. Por meio dela é possível saber se há alguma penhora sobre o imóvel, se ele está em inventário, se é alvo da partilha de um divórcio etc. Esse documento também informa quem são os proprietários, e isso não é trivial: só o proprietário pode vender o imóvel a você, e todos os proprietários precisam autorizar a venda.
Convém verificar se a pessoa com quem você está tratando é de fato o dono do imóvel, ou se é um esperto tentando vender um imóvel para um parente, por exemplo; ou ainda, se essa pessoa não tem um cônjuge que desaprova a venda.
Para fazer essas verificações, é preciso pedir a matrícula atualizada do imóvel em cartório. Peça também as certidões negativas dos proprietários, para checar se eles não têm pendências que possam afetar aquele patrimônio posto à venda.
“Ao comprar um imóvel, é bom ter a ajuda de um advogado especializado na área de direito imobiliário, que conheça bem essa parte de documentação e olhe o contrato”, orienta Daniele Akamine.
5. Não visite o imóvel em apenas um período do dia
Esteja o imóvel pronto ou em construção, visite a região onde ele se localiza no meio da manhã, no meio da tarde e à noite, aconselha Alex Strotbek. Assim, você pode descobrir como é o movimento da região em cada horário, o que é especialmente importante à noite. Pode ser que uma região que parece tranquila seja bagunçada e barulhenta à noite, ou ainda que uma região aparentemente movimentada seja escura e deserta.
O consultor aconselha ainda a fazer o trajeto do local onde fica o imóvel até o trabalho pela manhã, em um dia de semana, para saber quanto tempo você levaria com aquele trânsito – e também qual o nível de estresse para a sua locomoção. Escolha um dia no fim do expediente para fazer o mesmo com o trajeto de retorno.
Se o imóvel estiver pronto, visite-o também nos três períodos do dia para ver a posição do sol e checar se ele é muito quente ou muito frio.
6. Se for apartamento, converse com o porteiro e o zelador
Para Strotbek, esse é o melhor jeito de saber se a rua alaga, se falta luz com facilidade quando chove (por um problema da região ou do próprio prédio), se há problemas de infiltração no prédio, entre outros problemas que os moradores só costumam descobrir depois que moram no local há algum tempo.
Se houver algo que você detesta na sua moradia atual, não se esqueça de perguntar ao porteiro ou ao zelador se aquele prédio tem o mesmo problema. “O comprador não pode ter preguiça ou vergonha de perguntar, porque ele pagará por isso depois”, diz o consultor.
7. Descubra se as paredes são de alvenaria
Se você está comprando um imóvel mais novo, é possível que alguns detalhes do acabamento deixem a desejar. Mas o que atormenta mesmo os moradores de empreendimentos novos é a questão da privacidade. Ouve-se tudo o que acontece em volta, principalmente do seu vizinho de cima.
Quanto a isso, não há muito que se fazer, embora em certos casos você possa reforçar o teto. Mas Alex Strotbek orienta o comprador a sempre checar se as paredes internas são de alvenaria ou de drywall, que permitem que o som vaze com mais facilidade.
8. Cuidado com o apartamento decorado
No caso da compra de um imóvel na planta, é bom não se empolgar com o apartamento decorado. Os arquitetos usam diversos recursos de decoração para fazer os ambientes parecerem mais amplos, mas não necessariamente os seus móveis vão caber ali daquela maneira. Tenha em mente que o apartamento decorado serve para você ter uma ideia de como será o ambiente habitado, mas nunca se esqueça da área útil que você está comprando.
Fonte: Exame.com

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cor forte no teto pode deixar ambiente mais aconchegante; confira ambientes

Quando o assunto é a pintura do teto da residência, o branco ainda é a primeira opção para muita gente. Mas a tendência não é regra.
Para o arquiteto Gustavo Calazans, já existe uma maior liberdade das superfícies que podem ser pintadas. "É uma diminuição das regras, com cada vez menos 'pode' e 'não pode' e mais experimentações", diz.
As cores claras trazem sensação de amplitude em ambientes menores. Naqueles mais amplos e altos, no entanto, tons mais vivos e quentes no teto podem tornar o clima mais intimista e acolhedor.
"Eu tenho percebido uma mudança no jeito de as pessoas pensarem os espaços porque essa sensação de amplitude trazida pelo branco esta sendo substituída por um desejo de aconchego", diz o arquiteto.
Segundo Calazans, é cada vez mais comum ver casas em que as paredes são escuras. "Dentro dessa dinâmica, que é nova e faz sentido, pintar o forro passa a ser possível".
O primeiro passo não hora de ousar é pensar nas outras cores e elementos que irão compor o espaço para que o resultado não fique carregado.
"O ponto de partida é escolher cores que possuam o mesmo grau de luminosidade ou selecionar tons neutros e intensos que possam proporcionar combinações harmônicas", diz Ana Kreutzer, designer de cores da Suvinil.
Outra possibilidade é optar por diferentes tonalidades, claras e escuras, de uma mesma cor. Para criar um moderno efeito de continuidade, a dica é aplicar o mesmo tom de uma cor no teto e em uma das paredes do espaço.
Calazans gosta de "pintar cor como volume". "Se tenho uma sala em 'L', pinto a parede inteira de uma cor, que entra pelo corredor e vai até o primeiro quarto", explica.
Mesmo em espaços menores, é possível dar cor ao teto optando por tons frescos e suaves como, por exemplo, azul, rosa e amarelo. "É só questão de com que palheta de cores a pessoa vai trabalhar", diz Calazans.
Para o arquiteto não existem soluções preestabelecidas e a dica principal é brincar.

Tons de rosa e azul mais suaves são opções para dar cor ao teto até em ambientes pequenos. Projeto de Gustavo Calazans

O amarelo vibrante no teto harmoniza com o branco das paredes. Projeto de Gustavo Calazans

Teto branco não é regra, principalmente em ambientes amplos, como este banheiro, que ganhou tons de cinza em várias de suas superfícies

É possível criar volume a partir do "caminho" da cor pelo ambiente

Com medo de pintar o teto todo? Estas tiras de cores que vão do chão ao topo da parede dão um efeito interessante na região mais alta do ambiente. Projeto de Gustavo Calazans

Fonte: Folha.com

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Quase 40% dos compradores de imóveis em SP são investidores

Quatro em cada dez pessoas que compram imóveis na cidade de São Paulo têm como foco investimento, segundo pesquisa da Lopes Inteligência de Mercado.
Para 55%, moradia própria foi a principal finalidade. Já em 4% dos casos foi para uso de outra pessoa e em 3% o objetivo era que o imóvel servisse unicamente como local de trabalho.
Uma explicação para o grande número de investidores é que a taxa básica de juros, a Selic, caiu de 10,5% ao ano no início de 2012 para 7,25% no fim desse mesmo ano, atingindo seu mais baixo nível na história. Hoje, após cinco elevações, está em 9,5%, o que pode diminuir o apetite dos investidores.
Como a taxa serve de referência de juros para o mercado, uma baixa afeta o desempenho das aplicações financeiras, como em renda fixa, fazendo com o que os imóveis ganhem atratividade como forma de investimento. A alta tem o efeito contrário.
Outro motivo é que as incorporadoras lançam cada vez mais imóveis compactos.
Com área menor, costumam ter preço final inferior, mesmo com um valor elevado do metro quadrado, e são mais facilmente locáveis que os imóveis com muitos quartos, o que atrai investidores.
Em alguns casos, como a Folha informou na semana passada, 80% dos imóveis de um dormitório são vendidos a investidores. A pesquisa foi realizada com 3.338 compradores em 2012. (DANIEL VASQUES)

Fonte: Folha.com

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Organize sua casa com prateleiras

Elas podem ser usadas em qualquer ambiente e assumir papel de decoração
As prateleiras estão se tornando protagonistas no layout de casas e escritórios em função dos espaços cada vez mais reduzidos. Na opinião da arquiteta Elaine Faustino, elas proporcionam um jeito descolado de mandar os livros, objetos pessoais e coleções para o alto, sem obstruir a circulação.
As prateleiras podem ser usadas em qualquer ambiente e podem assumir uma característica mais decorativa ou de organização (Foto: Divulgação)
“Já foi o tempo em que os livros recheavam a decoração da sala. Na minha infância, a TV era mera coadjuvante e ficava escondida na sala de TV, até porque não era um objeto muito bonito para ficar exposto”, lembra a arquiteta. Depois, com o “boom” minimalista, junto com a evolução da TV como objeto de design, transformando-se em quase um telão, o papel das estantes com prateleiras ficou um pouco de lado.
Prateleiras proporcionam um jeito descolado de mandar os livros, objetos pessoais e coleções para o alto, sem obstruir a circulação (Fotos: Elaine Faustino)
Mas, como tudo o que é bom nunca deixa de existir, as prateleiras voltaram às casas não só por nostalgia, mas por merecimento.
“Não há nada mais prazeroso do que entrar numa casa com estantes recheadas de livros e objetos”, diz Elaine.
“Confesso que sou vidrada nesse jeito despretensioso de dispor as coisas. Seja na sala ou na cozinha, há sempre espaço para compor uma estante recheada de prateleiras ou nichos abertos, deixando a casa com alma, com a cara do dono”, argumenta a arquiteta.
Em tempos de reciclagem, de criação de ambientes sustentáveis, está em alta aproveitar até caixotes de feira. “Há um jovem designer holandês, Jephte Francissen, que criou um sistema fantástico de prateleiras ‘hoogendroog’. Ele construiu caixas com sobras de madeira descartadas e as uniu a uma engrenagem bem simples de sobe e desce”, relata.
Em estantes com nichos iluminados, as portas de correr podem variar de posição, indica especialista
A arquiteta Cláudia Milan concorda que as prateleiras podem ser usadas em qualquer ambiente, seja residencial ou corporativo, e podem assumir uma característica mais decorativa ou de organização. “Antes mesmo de projetarmos uma prateleira, devemos saber o que será colocado nela e sua função dentro do ambiente”, ensina.
Outra opção versátil são os nichos, que possuem características muito similares às das prateleiras. “Eu os uso mais quando pretendo dar ênfase para o que será guardado dentro dele, como uma coleção de livros ou DVDs. No caso de o cliente querer mais destaque ainda para o móvel e objetos nele guardados, costumo fazer o nicho de uma cor que dê contraste com a cor da parede”, revela Cláudia.
Uma forma de não errar é saber exatamente para que aquela prateleira ou nicho será usado e não colocar uma quantidade exagerada de objetos, de modo que se consiga manter sua organização.
Para os diversos ambientes e funções existem medidas aproximadas que podemos seguir para nos ajudar na hora da organização. Segundo Cláudia, em um closet, por exemplo, podemos deixar um vão entre prateleiras de 16 a 20 centímetros para pilhas de roupas. Roupas de cama pedem uma medida maior, entre 20 e 30 centímetros. Com sapatos, a medida deve ser 19 centímetros.
Em tempos de reciclagem, de criação de ambientes sustentáveis, está em alta aproveitar até caixotes de feiraNa cozinha, copa ou despensa podemos ter prateleiras para:
Pratos, copos e xícaras – com 30 cm de profundidade e 20cm de altura;
Mantimentos – 32 cm de profundidade e de 25 cm a 30 cm de altura;
Eletrodomésticos: 32 cm de profundidade e 42 cm de altura;
Cláudia lembra outra questão muito importante a ser observada é a altura em que o móvel será instalado:
2 metros – para itens de pouca utilização;
1,65 m – para itens de utilização razoável;
1.50 m – para ficar acessível à visão;
1,30 m – para itens de uso frequente;
0,90 m – para itens de uso frequente;
0,45 m – para itens de pouca utilização

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Os imóveis que podem ser ciladas

Oito investimentos imobiliários que podem gerar dor de cabeça para o comprador desavisado

Getty Images
Homem no escritório
Salas comerciais são investimentos complexos e arriscados para a pessoa física
São Paulo – Tanto para quem compra um imóvel para morar, quanto para investir ou especular, alguns imóveis podem constituir uma verdadeira cilada. As situações incluem desde pendências judiciais geradoras de dores de cabeça e altos custos até investimentos feitos sem o cuidado e a informação necessários ao sucesso do negócio. Veja abaixo oito investimentos imobiliários que podem ser armadilhas para o comprador, segundo especialistas:
Salas comerciais
Na opinião do professor João da Rocha Lima Jr., do núcleo de Real Estate da Poli-USP, as salinhas comerciais não são recomendadas para o pequeno investidor. “O investidor precisa ser passivo, tanto para alugar quanto para manter a qualidade do imóvel. Não é possível ser proativo para buscar mercado, e a qualidade do imóvel é direcionada por uma assembleia de condomínio confusa”, diz o professor.
Para os pequenos investidores que quiserem investir em imóveis comerciais, Rocha Lima recomenda aplicações em fundos imobiliários, notadamente os de shopping centers, desde que o preço da cota seja justo e comporte valorização. “É um investimento de maior liquidez, no qual você pode entrar com 100.000 reais e, dali a um tempo, tirar apenas 10.000 reais, o que não é possível fazer com o imóvel físico”, diz o professor.
Imóvel na planta
O imóvel na planta tanto pode ser um bom negócio, pela possibilidade de comprá-lo por um preço mais em conta e customizá-lo, quanto pode gerar uma grande dor de cabeça. Embora as construtoras já estejam fazendo um esforço para solucionar a onda de atrasos em obras que assolou o mercado brasileiro em 2011, os atrasos fazem parte do risco do negócio, e chegam a ser previstos em contrato.
Quando o imóvel atrasa, vários fatores costumam pesar contra o comprador. Primeiro que a previsão de um atraso de 180 dias no contrato já não tem sustentação legal, pois deixa o comprador em clara desvantagem. Segundo que, ao atrasar, a obra acaba onerando financeiramente o comprador. Este não consegue migrar seu financiamento da construtora para o banco enquanto o imóvel não estiver pronto, e é obrigado a pagar parcelas reajustadas pelo INCC, um índice de inflação que costuma subir acima do IPCA.
Terminada a obra, o hiato entre a expedição do Habite-se e a da matrícula do imóvel pode se tornar mais uma dor de cabeça. A burocracia envolvida no processo atrasa a migração do financiamento para o banco, e como o imóvel já está pronto, o comprador fica obrigado a pagar juros mais INCC sobre suas parcelas. Além disso, o Habite-se pode ser expedido antes que o imóvel esteja de fato habitável, o que atrasa a mudança do proprietário para a nova casa.
É claro que para todas essas situações, os direitos do comprador estão resguardados. Mas se a construtora não aceitar um acordo, a questão terá que ser levada à Justiça. “Quem compra um imóvel na planta para morar e ainda vive de aluguel deve se preparar para atrasos de no mínimo seis meses e para os reajustes pelo INCC. E também já reservar a ‘parcela das chaves’, para não se assustar”, diz o economista Luiz Calado, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) e autor do livro “Imóveis – seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio”.
Imóvel ainda na planta, originalmente comprado por outra pessoa
É relativamente comum que uma pessoa que comprou um imóvel na planta o revenda ainda em construção e sem ter quitado o financiamento. O problema é que isso não pode ser feito por meio de um contrato de compra e venda, como muita gente faz. “É vender algo que não é seu. Esse instrumento é nulo. Mais para frente, o comprador não vai conseguir fazer a escritura”, explica Alex Strotbek, consultor imobiliário da Areal Pires Advogados.
Ele explica que nesses casos ocorre uma cessão de direitos e obrigações, não uma venda. Portanto, deve ser confeccionado um contrato específico para este fim, inclusive com anuência da construtora.
Imóvel em leilão
Fazer um bom negócio por meio da compra de um imóvel em leilão não é simples. Há que se tomar uma série de cuidados para não acabar comprando um imóvel cheio de pendências judiciais que vão levar anos – e muito dinheiro – para serem resolvidas. O investimento pode ficar mais caro do que se fosse comprado um imóvel sem pendências e a preço de mercado na mesma região. Fora que, enquanto as pendências existirem, o imóvel não poderá ser vendido, o que pode prejudicar o planejamento de quem especula com imóveis.
Leilões de imóveis, alerta Alex Strotbek, não são para leigos. “Os imóveis foram a leilão porque têm problemas relacionados a dívidas”, lembra o consultor. O comprador até pode arrematar por um bom preço, mas descobrir que o imóvel tem inúmeras penhoras em varas de Justiça diferentes, dívida de IPTU, condomínio e custos cartorários e tributários que vão tornar o imóvel mais caro do que a média na região onde ele está localizado.
“Tive um cliente que arrematou um imóvel com sete penhoras, em sete varas diferentes, e levou dois anos para baixar todas elas. Era para investimento, mas durante esse período ele não pôde fazer nada com o bem”, conta Strotbek. O problema é que as dívidas relacionadas ao imóvel são coligadas ao bem. Assim, são passadas para frente na hora da venda, se o comprador não exigir as certidões negativas.
Sendo assim, o comprador precisa tomar uma série de cuidados: ler todo o material fornecido pelo banco, pedir a matrícula do imóvel em um cartório de registro de imóveis, checar o cadastro de IPTU junto à prefeitura, verificar outras penhoras e quais as suas origens, e verificar junto à administração do condomínio se há dívidas. Com o volume de dívida em mãos, deve somá-lo aos custos de cartório e ao Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), além de calcular o custo de oportunidade, em função do tempo para sanar todos os débitos.
A partir do custo total, o comprador pode verificar se o lance inicial vale ou não a pena. Por isso é bom desconfiar dos lances baixos demais – em geral eles indicam imóveis bastante problemáticos.
Imóvel em inventário
Outro tiro que pode sair pela culatra. Imóveis em inventário costumam ser vendidos por preços inferiores aos de mercado quando os herdeiros têm pressa em se desfazer do bem, o que pode ser um bom negócio. Muitas vezes, o dinheiro da venda é usado para pagar as custas judiciais e os honorários dos advogados durante o processo. Mas o risco é alto, então é preciso ter uma série de cuidados.
A maior cilada em que o comprador pode entrar é comprar um imóvel por meio de um contrato de gaveta, sem que o bem tenha autorização judicial para ser vendido. Não importa se todos os herdeiros estão de acordo – sem um alvará do juiz, o bem não vai pertencer de fato ao comprador. Pode aparecer um novo herdeiro ou até um credor desconhecido e desfazer o negócio. Também é preciso que todos os herdeiros assinem a promessa de compra e venda, e que o comprador tenha em mãos todas as certidões negativas do falecido.
Imóveis de casais em separação ou divórcio
Esse caso é parecido com o do imóvel em inventário, embora seja um pouco mais simples. Novamente, comprar um imóvel que esteja sendo partilhado por um casal que se divorcia pode ser um ótimo negócio, pois eles podem ter pressa de se desfazer do bem para partilhar o dinheiro e concluir o processo. Porém, é fundamental que ambos os proprietários assinem a promessa de compra e venda e não tenham dívidas, o que fica comprovado pelas certidões negativas.
Se um dos dois não estiver de acordo com a venda, o comprador vai pagar, mas não vai se tornar, de fato, dono do bem. Alex Strotbek conta o caso de um cliente que comprou um imóvel de uma mulher que estava apenas separada do marido, e não divorciada. O imóvel, portanto, ainda era dele. “Uma pessoa não pode vender algo que não é inteiramente dela. A outra parte também precisa vender. Esse tipo de coisa é impeditivo”, diz Strotbek.
Proprietário com pendências judiciais
Assim como nos três casos anteriores, pode haver outros casos de pendências judiciais que inviabilizem o negócio ou deixem uma dor de cabeça para o comprador. “O vendedor estará impedido de vender um imóvel em execução fiscal ou de algum título particular ou mercantil. Se for seu único imóvel e ele não tiver patrimônio para cobrir a dívida, essa venda configura fraude”, diz o consultor imobiliário Alex Strotbek.
Por isso é fundamental pedir as certidões negativas do vendedor. “Se ele vende um imóvel em uma cidade, mas reside em outra, é preciso checar seu nome pelo menos nas duas cidades. Saber se ele já teve empresa, se já foi casado, esse tipo de coisa. Se houver uma dívida junto à União, por exemplo, o imóvel pode ser retomado mesmo que já esteja em seu nome”, diz o economista Luiz Calado.
Imóveis em regiões que ainda podem se desenvolver
Outra armadilha é se lançar em um mercado de lançamentos, baseando-se nas esperanças de que uma nova microrregião se desenvolva. Este é um caminho arriscado, que embora possa ser lucrativo, também depende de conhecimento do mercado. “O investidor deve visitar a região e só investir se já houver algo de fato acontecendo, se houver empreendimentos de construtoras de renome”, diz Strotbek.
Fonte: Exame.com